quinta-feira, 3 de novembro de 2016

A DOR DA PERDA


Só agora tive cabeça e tranquilidade (mais ou menos) para desabafar, eu precisava escrever sobre você, mas ontem não consegui.

Se estivesse aqui brigaria comigo por estar assim. Da última vez que fiquei dessa forma, você me perguntou se eu realmente era homem, e eu ri (assim como ri agora).

Tenho inúmeras lembranças da gente, desde que te conheci, no final de 2005, as brigas que tínhamos na Copa de 2006 pq a Kyky torcia pra Alemanha e vc pro Lucas Podolski, as milhões de vezes que eu te defendia até sem saber o que havia acontecido na comunidade do Santos e no Megachat. Lembro de todas as vezes que planejávamos reunir Mah, Kyky, você e eu, mas infelizmente não conseguimos.

O dia que você me ligou dizendo que estava a caminho de Santos não acreditei, eu estava no Shopping de São Vicente com a minha ex (que você era a única que tinha coragem de chama-la de Maldonada, e ainda reduziu para Maldô), quando recebi um telefonema, acho que do Sica, ou do Rego, avisando que vocês já estavam hospedados em uma pensão, meu coração disparou, voei pro Gonzaga e nunca vou esquecer o momento que te vi. Os 2 paralisados por alguns segundos e de repente um pulo e um abraço forte seguido de choro dos 2, choro de alegria, pq aquele abraço era aguardado por anos. Em um dos dias mais felizes da minha vida, você estava lá: O Tri da Libertadores.

Quando tive uma depressão e síndrome do pânico terrível no final de 2011, você me ligava todos os dias, mas eu surtei, fiz coisas que não devia, perdi amizades que sinto falta e, mesmo você tentando me aconselhar, eu não tinha cabeça para discernir exatamente o que estava acontecendo, e também perdi você.

Mesmo mantendo contato de vez em quando, não tínhamos mais a mesma intimidade, mesmo com o todo o meu amor sendo mantido neste coração vagabundo, intacto, como se fosse criogenado. Eu sentia sua falta. Eu sabia que o contato estava limitado, mas as almas não estavam desligadas, nos falávamos bem de vez em quando, mas existia carinho ali, faltava algo para nos unir novamente, não sei o que era, mas faltava, mas mesmo assim, não te sentia longe quando nos falávamos, sempre perguntávamos das famílias, você perguntava da Luana, dizia que ela continuava linda e me mandava ter juízo.

Nossa última conversa vai ficar guardada, eu printei para não perder.

Você, mesmo tendo muitos anos a menos que eu, me ensinou diversas coisas. Sua felicidade mesmo em momentos ruins contagiava quem estava ao seu lado. Como disse o Renan, você era a melhor da turma e sempre será. Sei que esta tristeza que sinto é passageira (e que muitos estão piores que eu, mas infelizmente não tenho estrutura para ampará-los), que logo a saudade tomará conta de mim e em meus pensamentos só aparecerão coisas boas, pois você foi uma vencedora e, mesmo antes de partir, aos 26 anos realizou sonhos que lá em 2005 já falava que realizaria.

Eu te amo, minha indiazinha, sempre vou te amar, e, sempre que tiver oportunidade, falarei de você para todos, como a menina mais doce que já conheci na vida.

Olhe por todos nós aí de cima e espalhe seu sorriso contagiante no céu, meu anjinho, que foi exatamente isso que você fez por aqui. É injusto, é sofrido, é inacreditável, não somos obrigados a aceitar que não está mais entre nós fisicamente, mas estará presente em cada momento de nossas vidas, até o fim. E como disse pra mim ontem a Aninha, sensorialmente eu sempre sentirei você por perto.

Quero lembrar de você assim, como nesta foto, feliz, sem vergonha de fazer palhaçada e contagiando a todos que estavam por perto.

Um beijo cheio de saudade do seu Cacique e descanse em paz, LoO.


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