sábado, 25 de dezembro de 2010

Natal? Pra que?




Bom, sei que a minha opinião é MINHA, ninguém é obrigado a concordar comigo, apesar de saber que muitos pensam parecido.

O Natal, o que ele significa para você?

Já não é de hoje que venho analisando o comportamento das pessoas nesta data que, na sua real finalidade, serve para comemorar o nascimento do menino Jesus, que morreu por nós e independente da religião, temos que concordar com isso, ou não.

Mas ao invés de comemorarmos esta data com este sentido, a primeira coisa que vem a mente é um velho barbudo, vestido de vermelho, com as bochechas rosadas e que entrega presente para "TODAS" as crianças do mundo.

Eu quando era mais novo achava isso fantástico, mas hoje acho a maior hipocrisia que existe. Vejo pequenas crianças pobres, sentadas no colo daquela figura natalina que, na maioria das vezes odeia estar alí, se aproveitando apenas do salário para engordar o peru de fim de ano, pedindo presentes que seus pais não podem dar e aquele "bom velhinho" prometeu que os levaria.


terça-feira, 20 de julho de 2010

Homenagem ao ídolo





Pra você o que significa a palavra ídolo?

Ídolo é aquela pessoa que admiramos por seus atos, não apenas isso, mas nos identificamos de alguma forma.

Tenho alguns ídolos nesta minha caminhada, uns maiores, outros menores, mas de diversos segmentos. Pessoas que de uma forma ou outra foram parte importante na formação do meu caráter, pessoas que, mesmo sem me conhecer, foram fundamentais para que eu seguisse um caminho e desse um rumo na minha vida.

Che Guevara, Thaíde, James Brown entre outros foram fundamentais pra isso e, como um amante do futebol e um apaixonado pelo Santos Futebol Clube, tenho meu maior ídolo dentro do clube.
Sempre que falamos de ídolos do Santos surgem alguns nomes. Pelé (que pra mim não se encaixa como um ídolo e sim como um Deus), Pepe, Coutinho, Giovanni, Robinho, Diego, Molina (só porque sangrou), Neymar, Ganso, etc...

O meu não, meu ídolo não é nenhum deles. Não que eu não reconheça o que cada um representa ao clube, longe disso, cada um tem sua história. Mas pra mim, um ídolo não basta ser um bom jogador.

Hoje em dia esta palavra está banalizada, não só o ídolo, mas também o craque. Qualquer jogador que faz meia dúzia de gols é taxado como craque, vira ídolo dos jovens torcedores e na maioria das vezes saem do clube de forma turbulenta. Não vemos mais jogadores com identificação com seus clubes e sua torcida.

Hoje no Brasil temos apenas 2 jogadores que são assim: Marcos e Rogério Ceni. Mas eu me nego a falar deles. Meu ídolo no Santos foi um jogador que marcou uma época. Defendeu as cores do clube com bravura e honra, que veio contratado com status de um dos melhores do mundo na sua posição e aqui mostrou porque diziam isso.

Um jogador que mesmo sendo capitão da seleção do seu país e sendo convocado para a “Copa Kirin” no Japão, Copa que o Santos também participaria, se negou a vestir a camisa do seu país, pois era o Santos que pagava seu salário. Ganhamos deles na final por 4X2 com mais uma bela atuação dele.

Estou falando do uruguaio Rodolfo Sérgio Rodriguez & Rodriguez, mais conhecido no mundo futebolístico como Don Rodolfo Rodriguez, o goleiro maior que o gol.

Responsável direto pela escolha do meu time do coração. Em uma época que o Santos não vinha muito bem, Rodolfo era o goleiro do time campeão de 1984, com defesas espetaculares e muito respeito à camisa santista, conquistou o respeito de toda uma geração.

Depois de muitos anos de idolatria e nenhum contato com meu ídolo, o que é normal, resolvi fazer uma homenagem ao clube que amo e, pra mim, o maior jogador que vi dentro das 4 linhas, em janeiro de 2009 tatuei o escudo do Santos e o rosto de Don Rodolfo na minha perna direita.

Era uma homenagem minha, solitária e silenciosa. Não tatuei nada querendo aparecer ou então tentando fazer graça e mostrar a ele. Não tinha contato, não sabia como arrumar e não tinha este interesse. Mas, a internet nos proporciona coisas absurdas. Um amigo conseguiu com o Aldo Neto o email da esposa de Don Rodolfo Rodriguez e pediu que eu enviasse a foto, pois ele ficaria muito feliz em saber da homenagem.

O email foi enviado e respondido, situação que me deixou muito orgulhoso e emocionado, pois jamais esperava que um dia fosse ter um contato tão estreito assim depois de anos, mas algo maior que isso estaria por vir.

No início de julho de 2010 fui procurado pelo amigo Arnaldo Hase, ele me disse que Rodolfo Rodriguez seria homenageado com a “Defesa de Placa”, sendo o primeiro goleiro do mundo a ser homenageado com uma placa por sua defesa. Disse também que gostaria que eu fosse à homenagem para mostrar a tatuagem ao vivo.

Neste instante meus pés gelaram, minhas mãos ficaram tremulas, fiquei sem reação alguma. Era o momento em que eu teria a oportunidade de mostrar ao meu ídolo a homenagem que fiz.
O local, CT Rei Pelé, dia 17/07/2010 as 10:00 hs. O time profissional treinando, cheio de estrelas como Robinho, Neymar, Ganso, Mádson, Arouca, Wesley e Edu Dracena. Passei pelo campo feito uma bala, meu destino? A porta do Hotel.

Lá se encontravam algumas pessoas, entre elas o Arnaldo e o Cássio Barco, que estavam me chamando ao lado do Rodolfo. Neste momento eu perdi a fala, apertei a mão da minha namorada e pensei em voltar. Não acreditava que aquilo estava acontecendo. Um ídolo pra nós é como se fosse uma pessoa intocável, alguém de outro mundo, eu jamais imaginaria que um dia encontraria com ele assim, em uma conversa informal, ainda mais para mostrar a ele o que eu fiz.

No momento em que me aproximei do grupo que estava em frente ao hotel,o nervosismo desapareceu, ainda estava com as mãos trêmulas, mas o nó na garganta e a falta da fala sumiram. Era uma oportunidade única, não podia fraquejar. Camisa de goleiro no ombro, caneta na bolsa da namorada, que quase destruiu o autógrafo, pois bolsa feminina é pior que buraco negro e uma respiração funda antes de chegar perto.

Fomos apresentados e na hora que mostrei a tatuagem, pela primeira vez vi a muralha desabar. Rodolfo ficou sem palavras, não sabia o que comentar quando viu. Eu não sabia o que falar a ele, tanta coisa que pensei, tantas histórias que vieram a minha cabeça durante a semana e na hora foi como se algo tivesse apagado tudo da minha mente, uma sensação estranha de felicidade e emoção.

Aos poucos Don Rodolfo foi mostrando que aquela humildade e respeito que tinha na época de jogador não era máscara e não acabou com o passar dos anos. Conversamos bastante e rimos muito, até sarro da caneta na bolsa ele tirou. Fez questão de tirar foto comigo, autografou minha camisa, me deu conselhos e disse que não sabia o porquê dessa idolatria que a minha geração tinha por ele, pois achava que não merecia.

Após este encontro posso afirmar que não me arrependo em momento algum de ter tatuado o rosto deste monstro do gol e continuo afirmando que a cada dia continuam banalizando a palavra ídolo, pois muitos que aí estão não merecem nem a nossa consideração, quanto mais ser chamado por algo tão forte e profundo.



sexta-feira, 23 de abril de 2010

Até Quando?


Hoje, me peguei pensando em algumas coisas, que os problemas do dia a dia não me permitem pensar. Dos 14 aos 29/30 eu sempre sonhei em viver da música, mais precisamente do Rap. Sempre foi minha vida, não somente nos estilos de vestimenta e atitudes explosivas da adolescência, mas o Hip-Hop em si me ensinou a ser homem.

Com o Rap aprendi a ter respeito, atitude, a expressar tudo que penso sobre qualquer assunto, a agir mais com a razão e menos com a emoção e a lutar por todos os meus ideais. Força de luta essa que a maldita depressão, por alguns instantes, me fez esquecer e que, por alguns instantes, quase me deixou prostrado em uma cama, sem sonhos, ilusões ou até mesmo pensamentos futuros. Mas sobrevivi a mais esta batalha, que com certeza não foi a última, muitas virão neste mundo louco que jamais nos deixa em paz. Tanto é que fiz um álbum no meu orkut com os "Formadores do meu Caráter" para poder me encontrar novamente.

Como um apaixonado pela cultura sempre fui militante aqui na Baixada Santista e sempre me envolvi em todos os estilos, me tornando além de MC, B.Boy (que a forma física não me permite mais) e grafiteiro. Os eventos, na grande maioria feitos na rua ou em espaços muito pequenos, me proporcionaram grandes momentos. Fiz muitos amigos, mas, na época, a falta de divulgação e as condições precárias acabaram estreitando nossos laços com os meus ídolos.

Destes, alguns acabei mantendo contato por mais tempo, por mais que o acaso acabe nos separando, sempre acabamos mantendo estas pessoas que um dia tivemos um estreitamento, mesmo que breve, guardadas de alguma forma em nossas vidas.

Helião, LF, RPW (que fiz um esquema da hora junto com eles no Ton Ton Club), MV Bill, Rappin Hood, Black Alien, Nelson Triunfo e Nino Brown, Doctor’s Mcs, Thaíde, Criminal Bass, (meus parceiros até os dias de hoje), André do Rap, Criminal D, os grafiteiros Gueto e Bola 8, Gilmar Alvos da Lei (RIP), Dina Di (RIP), Sabotage (RIP) entre outros.

Mas os últimos 2 foram os que mais me marcaram em toda essa caminhada, não somente o que foram, não somente na cena, mas pelo que me ensinaram sobre a vida.

Guerreiros acima de tudo, formadores de opinião que nunca se renderam nem ao maior dos furacões. Tive conversas de várias horas com ambos e sinto falta disso, não exatamente com eles, mas com pessoas verdadeiras que acabam transformando nossos problemas em pequenas formigas perto do que já passaram.

Mas o que mais me leva a repensar tudo que lutei e vejo muitos irmãos lutando é o caso da Dina. Esta parte do texto da amiga Jéssica Balbino resume o caso:

“...Numa clínica particular, a rainha do rap, que sempre enfrentou maus bocados pela vida, foi contaminada pela negligência humana, que a impediram de continuar vendo o filho crescer e não permitiu que ela sequer cuidasse da pequena Alinne.
Viviane Lopes Matias, como diz no RG que ela perdeu por tantas vezes, faleceu no último dia 19 às 23h30, quando foi internada num hospital na capital paulista.
O que mais indigna e se faz inconcebível é como uma mulher morre, em pleno século XXI, de infecção do parto?! Qual a falha humana que permite que uma mãe fique doente e não possa criar e cuidar do filho?...” Veja mais clicando AQUI.

Até quando seremos tratados como cachorros em um sistema falido que a cada dia vem mostrando suas gritantes falhas e nada é feito? E não digo de serviços públicos e não apenas da Dina. A cada dia vemos casos absurdos nos telejornais e nada é feito, NADA. E a culpa é da população que a cada dia se torna mais omissa e dominada por pessoas inescrupulosas que a cada dia nos afundam mais em um mar de lama que prendem nossos pés e nos proíbem de lutar.

Eu não desisto, eu jamais deixarei de lutar, seja contra a minha saúde, meus inimigos ou até mesmo contra toda esta atrocidade que nos assola nos dias de hoje. Não vou admitir que meus amigos percam a vida ou sejam mutilados por atos sujos que apenas beneficiam os infratores.

E você? Vai fazer a sua parte?

Fiquem com um vídeo que sempre que ouço me faz refletir bastante.



sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

A queda de um Guerreiro

Nem sempre o que queremos conseguimos alcançar, nem sempre conseguimos dar o ritmo certo a nossa vida e as coisas que planejamos a ela.

Existem pessoas que são extremamente guerreiras, batalhadoras e jamais abaixam a cabeça para problemas ou situações adversas. Pessoas que além de absorver os seus ainda chamam pra si a responsabilidade dos problemas alheios, sem medo do que possa acontecer, sem medo do que o espera lá na frente, pois confiam muito no seu potencial. Mas o que pode acontecer se esta pessoa um dia cair? Será que terá força suficiente para se erguer de novo?

Em algumas situações o forte guerreiro spartano se torna uma criatura das sombras, em vez de levantar a cabeça e batalhar por tudo que achou certo na vida, mesmo quando se encontrava sozinho, vira um pobre vampiro que, vive de alimentar-se do sangue e força de pessoas próximas a ele, que não entendem o porquê daquilo e simplesmente somem o deixando sozinho.

Nada que faça adianta, só restam tristeza e fraqueza que se acumulam em seus pensamentos e, mesmo sabendo que algumas pessoas ainda estão dispostas a ajudar, continua se sentindo fraco e sozinho. Culpa dele? Talvez. Culpa dos que o cerca? Não.

Mas a falta de força o obriga a buscar isso em outras pessoas, alguns se negam a entender, outros se doam, sem querer nada em troca. A palavra utilizada nestes momentos nada mais é que amor, sentimento que é dito aos 4 cantos, mas só é válido quando se é aplicado na prática e não apenas na teoria.

A única certeza disso tudo é que hoje este guerreiro sangra, precisa curar as feridas e descobrir um modo pra que elas não sangrem novamente, pois dor, lágrimas e sofrimento acabam, mas personalidade JAMAIS.